domingo, 26 de junho de 2011

AS DROGAS E A FAMÍLIA

O uso de drogas é um problema de grandes dimensões em todo o mundo. Atinge jovens e adultos, destruindo vidas e desestabilizando famílias e a sociedade.
O termo droga é popularmente limitado às drogas ilícitas, mas não podemos esquecer de que o álcool e o cigarro, apesar de vendidos livremente, na maior parte dos países, causam vício de difícil reversão.
O assunto hoje ganha visibilidade devido ao grande contingente de usuários e ao grave problema da violência que acompanha o comércio ilícito.
É muito comum o discurso de que o usuário de qualquer droga é uma vítima, cuja vontade foi totalmente destruída pela necessidade da substância química.
Ora, esta afirmação compara o ser humano a um animal desprovido de raciocínio, de vontade e de autocontrole.
Não esqueçamos de que, antes de ser viciado, o indivíduo decidiu experimentar. Depois decidiu repetir a experiência por ter gostado das sensações, do prazer e, nesse momento, fez uma opção consciente.
Habitualmente o vício principia em idade jovem. Quase sempre, na qualidade de pais, costumamos negar a realidade, talvez por comodismo, talvez por medo das atitudes a tomar para coibir a continuidade do problema.
Com o tempo, quando grandes somas de dinheiro são consumidas, ou quando ocorre violência doméstica, é comum venhamos a nos sentir vítimas.
Muitos nos perguntamos a razão da queda de nossos filhos e não descobrimos a causa no seio familiar.
No entanto, uma análise profunda do comportamento dos familiares pode revelar causas raramente admitidas.
Como nos comportamos perante as leis? Será que respeitamos, sem exceções, as leis do nosso país ou será que desrespeitamos algumas delas com frequência, convivendo naturalmente com ilicitudes?
Como nos comportamos perante a violência? Somos coniventes com pequenos atos de violência física ou verbal que ocorrem no ambiente familiar, ou de convívio social?
Como nos comportamos diante de vícios morais como a inveja, a ambição, a corrupção? Tentamos livrar-nos de tais hábitos ou entregamo-nos a eles sem lutar por melhora?
Como nos comportamos diante de vícios aceitáveis socialmente como o tabagismo e o uso de álcool?
Filhos que nos veem fazer uso de álcool ou de cigarro, com a maior naturalidade, não vislumbram problema algum em usá-los, mesmo antes da maioridade, encarando a dependência química como algo normal.
Como nos comportamos perante o crescente movimento de legalização do uso de drogas? Concordamos, somos indiferentes ou engajamo-nos em movimentos pacíficos e organizados na direção contrária?
Ter filhos é uma verdadeira missão. Poucos de nós, ao decidir abraçar a tarefa, deixamos de lado hábitos errados ou abandonamos o egoísmo de nossos prazeres.
Qualquer atitude nossa é percebida pela criança desde os primeiros anos de vida, quando a personalidade do indivíduo se forma e quando as más tendências podem ser corrigidas. Os filhos tendem a agir como seus pais.
Se esperamos que nossos filhos sejam indivíduos corretos, dignos e respeitadores das leis, sem vícios morais ou físicos, devemos primar por ser exatamente assim.
Reflitamos, portanto: se abraçamos ou desejamos abraçar a tarefa de educar um filho, será que não há nada a mudar, para melhor, em nossas atitudes?


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